a miúda que subiu ao palco antes de Rod Stewart :

                                                                                                                                                                               moya

«A Litte More Love» é um false friend. Dá a sensação de que a Emeli Sandé foi copiada a papel vegetal para Moya e de que Moya não passa de um decalque londrino da escocesa. Mas o caso é para isto e muito mais. Foi escolhida por Rod Stewart para andar na ro(a)d com ele; foi descrita como a versão feminina de Bruno Mars; já actou no V Festival em Staffordshire no mesmo dia do que Beyoncé e este buzz todo começou quando a BBC Radio 2 pegou ao acaso em «Making Me Fall» para integrar a playlist daquele dia. Diz que nunca imaginou uma carreira tão relâmpago nem nunca se projectou em palcos tão grandes, mas que o facto de perder de vista quem a vê dá-lhe mais controlo sobre si mesma e sobre os seus 22 anos: “It has been an unbelievable learning curve. I never thought I would be able to play arenas so early on in my career. It’s also made me realise I’m much more comfortable playing arenas. In small venues everything is so intimate that it’s actually quite daunting. But in arenas there’s that distance which enables you to get lost in the music. I’m in more control now. And it’s let me become the performer I want to be.”  «Come and Get It» assenta-lhe na voz pura como nenhuma outra música conseguiu fazer.  Ainda assim, os cabelos loiros e os olhos claros ficam melhor a preto e branco numa performance com mais de 700 dias. O anonimato fazia-lhe tão bem.

                                                                                                                                                           sophie auster

i think i am in luvsick

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(by: iman europe)

The Roots and Emeli Sandé together and the paradise exists :

a Elli é feita de prata e ouro :

                                                                                                                                                                        elli ingram

Fez-se justiça. E das poéticas. Elli Ingram atreveu-se pelos meandros de Kendrick Lamar, fez um cover com swag de «Poetic Justice» e escolheu-o para fecho do EP Sober. Elli esmerou-se tanto naquelas seis músicas que o difícil é escolher a cereja em cima do bolo. Depois de se passar os sentidos pela sobriedade da londrina percebe-se que aquela voz já fez eco por outros lados. Louis M^tters tem-na em «Killing Me Differently» e «Silver & Gold» é a sua versão de menina com o coração nas mãos - "Cause when you love me sometimes there's when i feel alive / These are the times that i miss / No one can hold me like this / But you leave me out here in the cold / When i just wanna be your silver & gold / Am i your silver and your neck? / Am i the gold that you protect? / Can you love me like i love you?"

o calendário atropelado de Marissa :

                                                                                                                                                       marissa nadler

Marissa Nadler faz matéria com sonhos. E de ambiente quente. E com folk nas entranhas. Tem a arte dentro de casa e tem na família um irmão escritor e uma mãe pintora. Anda nos campos poucos telúricos desde 2000 e já deixou seis discos para a prosperidade. A nova serenidade chega em Fevereiro mas o repertório vai chamar-se July. «Dead City Emily» é tão pura que uma descrição só a corromperia.

o reboot branco de Jarell :

                                                                                                                                                                       jarell perry

Complexo. É como ele é e não o que ele tem. Começou às avessas. Simples Things é uma amostra demasiado frenética para a garganta com névoa com que atira o som cá para fora. O LP de estreia tinha tanto lá dentro que o título sobre coisas simples não lhe fazia jus. Os dias correram e Jarell Perry quer agora purificar-se. No site oficial, escreve assim sobre o EP White: "this new project personifies a white space emotionally and artistically. a blank page. wide. open. spaces". E aquela página em branco de que o californiano fala é mesmo do que precisa depois de nos contar que tem o cérebro feito num oito, na música com dois dias de vida. Os resets fazem tão bem às máquinas e às almas.  

is this guy a genius on earth? :

                                                                                                                                                                      kaytranada

Modjo - Lady  |  Janet Jackson - That's The Way Love Goes  |  Banks - Waiting Game  |  Amerie - Why Don't We Fall in Love | MC. Mockwell - Florikanada  |  Common - I Want You  |  Jill Scott - Golden | K-os - Crucial  |  Justin Timberlake - Cry Me a River  |  Snakehips - On & On  |  Krystale - Sweet Tooth  |  Erykah Badu - Love of My Life  |  Portico Quartet - Steepless  |  Kaytranada - All We Do (ft. JMSN)  | just lose yourself in his soundcloud page

the girl on the table :

                                                                                                                                                                      jessica lois

She can go out and hang out after an hangover. She can put her hair different in a daily basis but her roots can not be undone. She can dress like someone else but nobody can dress like her inside. She can use those earrings to add something to herself but she is complete even when she appears only with herself on her shoulders. She can sit lonely beside a table but she would never feel alone as long as she keeps those demons beside her. She can try a "refreshing ice-T" but she never be cold on the left side of the heart. She can look truthfully at the camera and the camera can never be able to see her without the polaroid. She is a vintage style ... like you. The left side is always the warmer one.

ela deixou de ser a menina dos olhos dele :

                                                                                                                                                                vanessa brown

Reinventou-se tanto que não parece a mesma. E acaba de confirmar o mito de que o cabelo comprido é uma espécie de injecção de força. Canta Samson & Delilah como se fosse a dona do mundo inteiro. No programa de Jools Holland, explicou porque é a ela que enverga a maça de Adão. A voz está quase masculinizada e a mensagem de «The Apple» tem pouca margem para dúvidas daquilo que V.V. Brown pretende ser daqui para a frente: "Don't testify me / Don't bring me down /  Don't hold me captive /  Not the apple of my eye /  See, don't patronize me /  I'm not your clown /  Don't cause me suffering / It's over now"

                                                                                                                                                                      mara hrugy

and we're dancing on the edge of a knife

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(by: james arthur)

let's bring some joy to this spot #16

just click on the image to don't think about it too much :

                                                                                                                                                             marie murphy

                                                                                                                                               jasmine van den bogaerd

   rain  .  morning  .  recovery  .  walls  .  soldier  .  adore  .  ignore  .  running

a Amel e os doces :

                                                                                                                                                           eliza stowell

Amel Larrieux é o sinónimo de underrated. É nova iorquina, filha de uma mãe afro-americana crítica de dança e de um pai com ascendência escocesa e francesa, que passa a maior parte do tempo fora do alcance dos holofotes. Mas há poucas razões para isto. Em pequena, partilhou aulas com membros de Boyz II Men e com ?uestlove (The Roots) e decora-se com acessórios de soul, r&b, jazz, hip-hop e outros apontamentos étnico-indianos. «Sweet Misery» é de 2000 mas, se fosse lançado hoje, ninguém notaria pela longínqua data de nascimento. Desde 2009 que as conta-gotas do novo álbum estão a bater-nos no telhado, como se fizessem parte de uma chuva suave, com uma timidez que faz parte. Ice Cream Everyday parece o título de um cardápio simplório, mas tudo isto é falso. A doçura está lá, mas de forma tão subtil que é preciso pedir baixinho por mais outro gelado. E com stock para todos os dias.

o Simon sabe escolher companhias :

                                                                                                                                                                        szjerdene

[[Sarah Vaughn Amy Winehouse Etta James Corinne Bailey Rae Jimi Hendrix Eric Lau Dwele Marvin Gaye Aaliyah Flying Lotus De La Soul Tribe Called Quest Prince Miles Davis]]

O perfil de Szjerdene cabe quase todo dentro destes parêntesis rectos. É assim, sem vírgulas, sem explicações, que a Wikipédia deve ter (desta vez) a verdade do seu lado: os músicos de cabeceira da londrina de 25 anos não podem ser outros que não aqueles. Aos 17, já tinha escrito mais de 30 letras, ensinou-se a si mesmo a mexer em cordas de guitarra, fez parte de um programa de televisão de artes performativas e estuda Música Comercial na universidade. Agora consta nos créditos do último disco de Bonobo, The North Borders, e anda com o downtempo de Simon Green em digressão. Além de preencher o robusto deep house em «Towers» e em «Transits», Szj deve ser, ela própria, uma casa profunda. «Linger Well» é o som de 2013 via Bandcamp. E a Wiki continua: "this young starlet is destined for big things; drawing inspiration from artists listed on her myspace". A sorte é que a Primavera não tem permissão para editar isto. E ainda bem.