in the book | jonathan safran foer : extremamente alto e incrivelmente perto
Não, não é isso, não tem que ver com a minha felicidade, com o alívio do meu fardo. Gosto de ver pessoas reunidas, talvez seja uma palermice, mas gosto de ver pessoas a correrem umas para as outras, gosto dos beijos e das lágrimas, gosto da impaciência, das histórias que a boca não consegue contar com a rapidez suficiente, dos ouvidos que não são suficientemente grandes, dos olhos que não são capazes de captar toda a mudança, gosto dos abraços, do reencontro, do fim das saudades de alguém, sento-me à beira do passeio a beber um café e escrevo no meu diário, examino os horários dos voos que já memorizei, observo, escrevo, tento não me recordar da vida que não queria perder mas que perdi, e tenho de recordar, estar aqui enche-me de tal modo o coração de alegria, ainda que a alegria não seja minha, e ao fim do dia encho a mala com velhas notícias, talvez fosse esta a história que contava a mim mesmo quando conheci a tua mãe, pensei que podíamos correr um para o outro. Não funcionou. Vagueámos no mesmo sítio, com os braços esticados.''
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