domingo, 12 de agosto de 2012

os JO fazem mal ao coração :

O que passa na televisão a esta hora é impróprio para cardíacos e para os outros. Resumindo: para o mundo inteiro. Estes ingleses sabem que são gigantes e não fazem a coisa por menos. Quem viu as cerimónias com a mesma designação há quatro anos, feitas do outro lado do planeta, percebe que o que aqui se faz é uma coisa natural. Há uma grandeza genuína que não existe nos chineses. Não são precisos (fogos de) artíficios inesgotáveis para fazer uma coisa do tipo ou outra coisa completamente diferente. Utilizar harry potters, monty pythons, 007's ou eric idles desta vida, colocar Annie Lennox num barco de piratas, as miúdas Spice em cima de cabs personalizados, um Lennon feito de esferovite ao som da sua 'Imagine', uma 'Wonderwall' dos (in)quebráveis Oasis, a 'Freedom' de um George, uns Kaiser Chiefs em cima de motos, um Norman Cook que é um Dj dentro de um polvo, uns Muse e o hino original, uns Take That e os The Who a fechar, uma Emeli Sandé a abrir, uma Jessie J a ter o dueto da sua vidinha com o Freddy Mercury (que levou o público ao coro mais improvável) com 'We Will Rock You', um 'You Should be Dancing' dos BG que puseram a duquesa Kate certamente a bater o pé, os 70 mil voluntários, as páginas de jornal que decoram o chão com uma frase muito propositada 'to be or not to be', nos contornos da bandeira britânica os atletas mais de 70 países com as emoções nos extremos, uma Marisa Monte num monte de chapéus de chuva, um Seu Jorge a dançar com uma modelo e um Pelé disfarçado de vulgo figurante ou um Churchill das catacumbas.

É a terceira vez que Londres é o palco para os melhores atletas do mundo e é também a primeira vez que isso acontece na história. Sebastian Coe, político, ex-atleta de alta competição e presidente do Comité Organizador de Londres'2012, disse no discurso de encerramento que estes jogos vão inspirar uma geração. Cá fora, de um helicópetro, as imagens áreas mostram que estamos a ver um mundo apenas dentro de um pequeno estádio, que há poucos anos atrás não existia. E agora vão criar novos atletas, novos artistas, novas estrelas, que viram isto sentados num sofá. Esta noite a chama olímpica foi apagada, mas ainda bem que o apagão não passa de um protocolo.

A chama está a caminho do Brasil. Receio que algo se perca no meio de tanto samba e naquela quase mania de que está sempre tudo bem. Os ingleses sabem que não está e mostram-no. Assim, tal como o Coe disse que foi: "When our time come, we did it right". And so right it was.







                                                                                                                                                        by: afp

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