domingo, 22 de julho de 2012

estiveram tão (W)right :

O Blitz diz que o concerto da Erykah Badu foi um enorme soninho e que até teve direito a que algumas pessoas abandonassem a coisa para ir dormir algo a sério. Mas eu cá desconfio. Não me parece que a ela fosse capaz de tamanha barbaridade. No entanto, diz que não estive lá e fui antes ver a Lizzinha. Ora, esta tem uma voz capaz de se ter ouvido no Manuel Passolo e canta-me como se estivesse debaixo do maior chuveiro do mundo, ou seja, com a maior descontração do mundo. Já anda há muito anos nisto (só ouvi falar dela há menos de meia dúzia de meses) e tem um repertório, no mínimo, gigantesco para aquilo que se sabe dela logo 'de chapa' (o primeiro disco é de 2003, how come?). Está categorizada como 'menina do jazz'. Ora discordo também. Aquilo é mais do que jazz, não tivesse ela uns pulmões de gospel e raízes de  'menina de coro'. O palco foi também de Raul Midón. É cego desde nascença. Ficou assim, juntamente com o irmão geméo, por ter passado demasiado tempo na incubadora sem protecção adequada para os olhos. Não se explica porque isto acontece: mas não  vale a pena esperar desilusões de pessoas invisuais com queda para a música. São sempre melhores do que tudo o resto. Aquela coisa de que quando se tem um sentido privado, desenvolvemos outro a duzentos por cento deve ser mesmo verdade. Este senhor tem a voz mais limpa que já ouvi. Toca guitarra(s), é pessoa de muitos ritmos (and blues) e de um folk de topo. E ainda consegue fazer sons de saxofone ao micro só com os lábios. What? Até pensei que era tudo uma fake de primeira, mas pelo meio ouvia-se a respiração dele para provar que era tudo muito a sério. Pode ter roubado algum protagonismo à Lizz (até porque ela assim o permitiu), mas aquilo correu mesmo bem. 

E, por isto, deixo aqui a 'My Heart', talvez um dos melhores momentos do concerto. Dance, people, dance ;)

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